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Mostrando postagens de 2021

A venalidade é um traço congênito?

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Será que a Venalidade é um traço congênito? Ótimo ponto para se discutir em clínica com o partilhante, em Filosofia Clínica chamamos o paciente de partilhante, por ele nos partilhar a sua vida diante da Historicidade.  Venalidade é uma característica do comportamento humano associado à suscetibilidade de se ser subornável ou de vender seus serviços ou de poder, especialmente quando em vez disso se deve agir com justiça. A venalidade é mais considerada como um vício e não uma virtude.  Mas no dia a dia a ética vem sempre à tona, investigar o que significa ética em sociedades contemporâneas que valorizam mais o conhecimento científico ou o excesso de lúdico é um desafio! Perguntar sobre o papel da educação para ética significa indagar sobre qual a melhor forma de viver. Não obstante seja muito mencionada, a ética é mal compreendida pelo senso comum e poucas vezes praticada por uma cultura que desenvolveu o famoso “jeitinho brasileiro” e legitima suas ações em expressões típicas de uma du

A consciência de si e o exercício da crítica

  Segundo Jaime Paviani (2008, p. 8), “A filosofia de Platão nasce de perguntas e de respostas contextualizadas, do exame refutativo, (...) da busca da verdade e do desejo de livrar o homem dos sofismas e da falsa retórica”. Platão nos ofereceu importantes diálogos que nos permitem experimentar o pensamento reflexivo em seu acontecer. São diálogos, porque a presença do outro é indispensável para o reconhecimento de nossos limites e do desenvolvimento da autoconsciência de si (CASSOL, 2008). A autoconsciência de si desvela a nossa condição como seres de relação, inseridos numa sociedade, que, por sua vez, interfere em nossa própria construção como sujeitos pensantes e no despertamento para a postura crítica. Elementos que viabilizam a construção e a manutenção de uma democracia efetiva (CASSOL, 2008). Muito atual e presente no nosso dia a dia, pensamento mais que necessário para o entendimento universal das coisas.

Críticas aos sistemas filosóficos!!!

  “A forma mais baixa que podemos conceber de um universo de homens é aquela a que Heidegger chamou do “man”, mundo em que nos deixemos aglomerar quando renunciamos a ser pessoas lúcidas e responsáveis; mundo da consciência sonolenta, dos instintos anônimos, das opiniões vagas, dos respeitos humanos, das relações mundanas, do “diz-que-diz-que” cotidiano, do conformismo social ou político, da mediocridade moral, da multidão, das massas anônimas, das organizações irresponsáveis. Mundo sem a vitalidade e desolado, onde cada pessoa renunciou provisoriamente a sê-lo, para se transformar num qualquer, não interessa quem, não interessa quem, de qualquer forma. O mundo do “man” não constitui, nem em nós, nem um todo”.

O Ser humano como Representação!!!

  Você já deve ter ouvido   alguma pessoa dizendo "O mundo é dos  espertos ;  rico é ladrão ; aqui se faz aqui se paga; mulher é tudo igual; homem não presta, a vida passa ligeiro como um sonho, amor é coisa que não existe, quem vê cara não vê coração, todo político mente, o que arde cura, quem cala, consente, antes só do que mal acompanhado, quem espera sempre alcança, devagar e sempre, é preciso ser amado para saber amar, só o amor constrói, quem tem pressa como cru, criar filho dá muito trabalho" e etc. e etc. O Ser humano como Representação, ou seja, o homem/mulher é a medida de todas as coisas como diria Protágoras. Ele nos ensinou que assim para as pessoas que dizem isso- porque elas são a medida de todas as coisas que dizem respeito a elas. Se um pessoa diz: -"Somente quem foi amada pode amar!", se ela diz isso, não importa se eu concorde ou discorde, importa que é assim provavelmente isso é assim para ela. É esse o critério que ela usa para vivenciar as cois

A Loucura Segundo Foucault

  Em 1961, Michel Foucault defendeu sua tese de doutorado na Sorbonne com “História da Loucura na Era Clássica”, na qual analisa a maneira como era tratada a loucura no século XVII. A principal questão discutida na obra, diz respeito ao sistema de normas fundamentais que regem a sociedade e, especialmente, os princípios de exclusão pelos quais se diferenciam os indivíduos “normais” e os “anormais”. O filósofo ainda criticava a psiquiatria e psicanálise tradicionais, no seu modo de ver, instrumentos de controle e dominação ideológica. Não sei se tem muito haver o fato dele ter tido  uma tensa relação com seu pai, que chegou a interná-lo aos 22 anos de idade acusando-o de ser louco, após tentativa de suicídio. E nascido no meio de uma família de médicos que é bem interessante essa reflexão sobre a loucura. Na próxima postagem vamos ver essa e outras relações com a Filosofia Clínica.

O Poder Segundo Foucault

  Michel Foucault dirigiu grande interesse para a questão do “poder”, e no livro “Vigiar e Punir” (1975), fez uma análise da transição da tortura para a prisão como um modelo punitivo, concluindo que o novo modelo obedece a um sistema social que exerce uma maior pressão sobre o indivíduo e sua capacidade de expressar suas próprias diferenças. Michel Foucault acreditava que a prisão, mesmo que fosse exercida por meios legais, era uma forma de controle e dominação burguesa no intuito de fragilizar os meios de cooperação e a solidariedade do proletariado. Diante disso, dedicou seus últimos anos à redação da obra “História da Sexualidade”, onde faz uma funda investigação do exercício do poder sobre a sociedade, publicando apenas os dois primeiros volumes, Michel Foucault morreu em Paris, França, em consequência das complicações da AIDS, no dia 26 de junho de 1984. Foi a primeira figura pública a morrer da doença na França. Seu parceiro Daniel Defert fundou uma instituição de caridade para

O que é a Filosofia Clínica?

  Filosofia clínica   é uma nova abordagem terapêutica com base na Filosofia.  O termo (em alemão:   klinische Philosophie , em francês:   philosophie clinique , em inglês:   clinical philosophy ) foi cunhado pelo psicólogo russo, radicado na   alemanha   Hilarion Petzold   em 1971   e tratado por algumas outras pessoas, como o filósofo japonês   Kiyokazu Washida   ou o cientista norte-americano   James Elliott . No Brasil, a expressão está diretamente relacionada com o novo paradigma desenvolvido pelo filósofo gaúcho Lúcio Packter em meados da década de 1990. Segundo Gilberto Sendtko a " Filosofia Clínica é uma metodologia filosófica de desenvolvimento de processos terapêuticos altamente personalizados, criados a partir e para cada sujeito atendido ". Para Hélio Strassburger, coordenador da Casa da Filosofia Clinica: trata-se de uma nova abordagem clínica, com base na Filosofia. Um novo paradigma (Thomas Kuhn) que acolhe e cuida do fenômeno da singularidade. Lúcio Packter