Filosofia Clínica- Saiba o que é. Uma nova concepção


Trata-se de um método criado no Brasil e tem se tornado cada vez mais comum. Para quem é da Psicologia, vale a pena conhecer e se informar.  


Esqueça o divã convencional. Criado há 15 anos no Brasil, o método conhecido como filosofia clínica usa ensinamentos filosóficos para ajudar a resolver angústias, medos e problemas pessoais. Os adeptos dessa técnica de­­fendem que a terapia seja uma forma de autoconhecimento para que as pessoas encontrem dentro de si mesmas respostas para os males que as afligem.




O resultado é um tratamento cujos atendimentos semanais saem dos consultórios e podem ser feitos em qualquer lugar, conquistando aqueles que não se adaptam ou não querem recorrer às terapias convencionais. “O intuito é que a pessoa tenha liberdade para se expressar. Então, se percebo que ela se sente mais confortável conversando comigo em uma praça ou parque, por que não realizar a sessão ali? Isso torna o encontro mais produtivo”, explica o filósofo clínico Darcy Nichetti. Segundo ele, cada sessão dura em média uma hora e quem procura atendimento é chamado de partilhante. “Não usamos a palavra paciente porque, para nós, essa pessoa não está doente, mas em busca de ajuda para se descobrir e recuperar sua qualidade de vida.”

Os encontros são sempre gravados, mas os profissionais devem seguir à risca o código de ética da profissão, mantendo em sigilo tudo o que é falado. Segundo o filósofo clínico e professor das Faculdades Santa Cruz Everson Nauroski, a gravação é importante porque facilita o filósofo a recordar e entender o que foi dito em cada sessão. “Não podemos interpretar as informações. Se a pessoa afirma que sente um aperto no peito, não posso deduzir que está angustiada, então peço que fale mais sobre isso e, a partir dessa explicação, ela própria clareia suas ideias e percebe o que realmente a aflige.”

Para o filósofo clínico e professor da pós-graduação do Instituto Tecnológico e Educacional de Curitiba (Itecne) Ivo José Triches, é justamente pelo fato de o profissional interferir o mínimo possível nos relatos dos partilhantes que as sessões dão certo. “Não julgamos a pessoa, nem damos conselhos sobre o que fazer. O intuito é escutar e, posteriormente, ajudar a pessoa a ser responsável pela resolução das questões que a incomodam.” Por isso, quem determina o fim do tratamento é o próprio partilhante, em acordo com o filósofo clínico. “Verificamos se a questão inicial que o preocupava foi resolvida e, caso a conclusão seja positiva, encerramos as sessões”, explica Nauroski.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Resenha do livro Mais Esperto que o Diabo, de Napoleon Hill

Correção Prova de Filosofia Enem 2023

A utilização da Filosofia Clínica nas empresas