Resenha do livro O Capital de Karl Marx

 

Resenha do livro O Capital de Karl Marx

 

Resumo: O livro O Capital, de Karl Marx, é uma obra clássica da economia política que analisa as relações de produção e de classe no sistema capitalista. O autor expõe as contradições e as crises do modo de produção capitalista, bem como as formas de exploração e de alienação do trabalho. O livro é dividido em oito capítulos, que abordam temas como a mercadoria, o dinheiro, o capital, a mais-valia, a acumulação primitiva, entre outros.

 

Abstract: The book Capital, by Karl Marx, is a classic work of political economy that analyzes the relations of production and class in the capitalist system. The author exposes the contradictions and crises of the capitalist mode of production, as well as the forms of exploitation and alienation of labor. The book is divided into eight chapters, which address topics such as commodity, money, capital, surplus value, primitive accumulation, among others.

 

Introdução: O livro O Capital foi publicado em 1867 por Karl Marx, um filósofo e revolucionário alemão que é considerado um dos fundadores do socialismo científico. O livro é fruto de uma longa pesquisa e de uma crítica radical ao sistema capitalista, que Marx considerava injusto e insustentável. O objetivo de Marx era revelar as leis que regem o funcionamento do capitalismo e demonstrar como esse sistema gera desigualdade, pobreza, exploração e alienação. O livro é considerado uma obra fundamental para a compreensão da história e da sociedade modernas.

 

Desenvolvimento: O livro é composto por oito capítulos, que são:

 

- Capítulo 1: A mercadoria. Neste capítulo, Marx define o conceito de mercadoria como um objeto produzido para ser trocado por outro no mercado. A mercadoria tem um valor de uso, que é a sua utilidade para satisfazer uma necessidade humana, e um valor de troca, que é a sua relação quantitativa com outras mercadorias. Marx mostra como o valor de troca das mercadorias é determinado pela quantidade de trabalho socialmente necessário para produzi-las. Marx também introduz o conceito de fetichismo da mercadoria, que é a ilusão de que as mercadorias têm uma vida própria e independente dos produtores.

 

- Capítulo 2: O processo de troca. Neste capítulo, Marx analisa as formas e as condições da troca de mercadorias no mercado. Ele explica como a troca simples se transforma em troca capitalista, que envolve a compra e a venda de mercadorias com o objetivo de obter lucro. Marx também explica como surge o dinheiro como uma mercadoria universal que serve como medida e meio de circulação do valor.

 

- Capítulo 3: O dinheiro ou a circulação das mercadorias. Neste capítulo, Marx aprofunda o estudo do dinheiro e das suas funções no sistema capitalista. Ele distingue três formas do dinheiro: moeda, que é o dinheiro como meio de circulação; tesouro, que é o dinheiro como reserva de valor; e capital-dinheiro, que é o dinheiro que serve para comprar meios de produção e força de trabalho com o fim de obter mais dinheiro. Marx também analisa as contradições e as crises da circulação monetária.

 

- Capítulo 4: A transformação do dinheiro em capital. Neste capítulo, Marx explica como o dinheiro se converte em capital através da compra e da venda da força de trabalho. A força de trabalho é a capacidade dos trabalhadores de realizar trabalhos útil. Ela é uma mercadoria especial, pois tem um valor de uso maior do que o seu valor de troca. O valor de uso da força de trabalho é a criação de valor novo no processo produtivo. O valor de troca da força de trabalho é o salário que os trabalhadores recebem para vender a sua capacidade de trabalho aos capitalistas. Marx mostra como os capitalistas exploram os trabalhadores ao se apropriarem da mais-valia, que é a diferença entre o valor criado pelos trabalhadores e o valor pago pelos capitalistas.

 

- Capítulo 5: A produção da mais-valia absoluta. Neste capítulo, Marx examina os métodos pelos quais os capitalistas aumentam a mais-valia absoluta, que é obtida pela extensão da jornada de trabalho além do tempo necessário para reproduzir o valor da força de trabalho. Marx descreve as condições de trabalho desumanas e as lutas dos trabalhadores pela redução da jornada de trabalho.

 

- Capítulo 6: A produção da mais-valia relativa. Neste capítulo, Marx investiga os meios pelos quais os capitalistas elevam a mais-valia relativa, que é obtida pela redução do tempo de trabalho necessário para reproduzir o valor da força de trabalho. Marx explica como os capitalistas introduzem mudanças na organização, na divisão e na cooperação do trabalho, bem como na aplicação da ciência e da tecnologia à produção. Marx também analisa os efeitos da maquinaria e da indústria moderna sobre os trabalhadores e a sociedade.

 

- Capítulo 7: O processo de acumulação do capital. Neste capítulo, Marx estuda o processo pelo qual o capital se reproduz e se expande através da reinvestimento da mais-valia. Marx mostra como a acumulação do capital implica a reprodução das relações de produção e de classe, bem como a concentração e a centralização do capital. Marx também revela as contradições e as crises da acumulação capitalista, que geram superprodução, desemprego, miséria e conflitos sociais.

 

- Capítulo 8: A acumulação primitiva. Neste capítulo, Marx examina a origem histórica do capitalismo e as formas violentas e coercitivas pelas quais os trabalhadores foram separados dos seus meios de produção e transformados em proletários. Marx narra os processos de expropriação dos camponeses, de colonização dos povos indígenas, de escravização dos africanos, de legislação sanguinária contra os vagabundos, entre outros. Marx denuncia o caráter histórico e transitório do capitalismo e aponta para a necessidade de uma revolução socialista.

 

Referências:

 

MARX, Karl. O Capital: crítica da economia política. Livro I: O processo de produção do capital. São Paulo: Boitempo, 2013.

 

BOTTOMORE, Tom (org.). Dicionário do pensamento marxista. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.

 

MANDEL, Ernest. Introdução ao marxismo. São Paulo: Expressão Popular, 2009.